PROGRAMA DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES

APRENDER: PRÁTICA RECONSTRUTIVA

PÓS-GRADUANDO: ADRIANA MACHADO SILVA

Curso de Pós – graduação Lato Sensu

Campo Grande – MS

2012

EDUCAÇÃO INFANTIL E REGISTRO DE PRÁTICAS

Lopes, Amanda Cristina Teagno Lopes – São Paulo: Cortez, 2009 – (Coleção docência em formação. Série educação infantil.

A obra Educação Infantil e Registro de Práticas apresenta  subsídios formativos com base nas novas Diretrizes curriculares para profissionais que atuam e também para aqueles que estão em formação.

No livro a autora juntamente com outros autores e colegas de profissão mostra-nos a importância do registro em nossa prática docente, passando pela história da Educação Infantil em São Paulo, berço dos primeiros registros docentes.

Ela enfatiza que o Registro é uma forma de memória uma vez que de posse dele podemos retomar (como foi feito na obra) ao tempo em que tais práticas ocorreram.

Segundo a autora o hábito de registro de práticas deve ser incentivado no professor que por sua vez deve enxergar em seus alunos seres que produzem conhecimento e não apenas engolem o que é dito. Vale lembrar que nós professores de hoje somos frutos dessa escolarização voltada para a memorização, onde não nos era dada a oportunidade de pensar, criar, debater enfim, produzir conhecimento , o que justifica nossa imensa dificuldade em fazer registros, em passar para o papel nossas práticas.

Incentivar o professor a registrar é dar a ele espaço e tempo adequado para suas produções, demonstrando interesse pelo trabalho realizado, ou seja, é muito mais prazeroso escrever quando sabemos que alguém vai ler do que a exemplo do livro apenas preencher fichas burocráticas ( como acontecia na década de 30 em São Paulo) que nada dizem de nossa vida cotidiana junto aos alunos.

Conforme a obra, a narrativa e a experiência docente foi silenciada durante muitos anos, pois os professores apenas podiam passar a seus alunos os saberes produzidos por determinados autores, ou seja, não tinha voz e nem vez e ensinava a seus alunos que o que uma pessoa mais conceituada afirmava como verdade ninguém tinha o direito de contestar. Foi percorrido um longo caminho para que tivéssemos direito de expor nossas idéias, pensamentos, críticas, para que enfim pudéssemos ser donos de nossas práticas.

Vale lembrar que para que um professor esteja apto a registrar sua prática ele deve ser crítico-reflexivo, pesquisador e ter embasamento teórico a fim de que seus relatos não fiquem apenas no campo do senso-comum. Deve também estar aberto a mudanças, já que, através do registro irá repensar sua prática e detectar possíveis falhas e novas maneiras de conduzir suas aulas para que consiga atingir os objetivos propostos.

Essa é uma leitura que exige conhecimentos prévios para ser entendida em sua riqueza e complexidade, que através de vários exemplos nos mostra que através da prática do registro podemos repensar nossa prática pedagógica de

maneira crítico-reflexiva.

Com o estudo dessa obra pudemos amadurecer como profissionais, aprendemos que podemos e devemos formar cidadãos críticos, cientes de seu compromisso social. Não se trata apenas de um manual de instruções, mas sim de um material rico que se bem aproveitado resultará em mudanças significativas para a prática docente.

Não podemos esquecer que tais mudanças só ocorrerão a partir do momento em  que o sistema vigente dê a nós professores reais oportunidades e condições para colocarmos em prática tudo o que nos oferecem em teoria. De nada adianta termos cursos, acesso a obras tão ricas se em nosso dia-a-dia não há espaço para a reflexão, a pesquisa  se sequer temos tempo em nossa atribulada agenda para sentar e narrar os fatos ocorridos em sala de aula. Quantos momentos preciosos se perdem no tempo! Quantas maravilhas nos trazem nossos pequeninos!

Devos lutar por nossos direitos e ideais e também pelos direitos de nossos alunos de terem uma educação de qualidade.

Esse é nosso maior dever que deve ser assumido no momento em que de posse de um diploma nos tornamos professores.